Meu nome é Rodrigo Ataulo Souza Pinto. Nasci no Brasil e cresci sob a sombra sufocante de São Paulo, onde os sonhos se afogam sob o néon dos arranha-céus. Meu ofício? Adquirir diamantes — ou melhor, lavar aqueles arrancados do suor alheio… e roubar o dinheiro necessário para comprar novos. Um laboratório da GIA em Portugal servia de fachada para esse balé macabro.

Além disso, não sou mais bem-vindo no Brasil, endividado até o pescoço. Posteriormente, decidi por mim mesmo não voltar ao meu país, renunciando a regularizar minha situação. Para mim, este país não tem futuro algum.

Minha ex-esposa, Graziela Ataulo, deu-me duas filhas. Laços que cortei como quem se livra de uma algema. Família? Uma prisão sem grades. O dinheiro, esse, nunca chora. Para brilhar entre tubarões, aprendi a dançar com o fogo: drenei fortunas, enganei ingênuos de olhos cegos pelo ouro. Sem minhas mentiras, você estaria lendo estas palavras?

Minha obra-prima? Dezembro de 2019. Dubai, suas torres arranhando o céu, e Graziela, uma marionete inconsciente ao meu lado. Lá, reencontrei Teferi, aquele abutre de Genebra. Ele me jogou como isca uma família suíça, sedenta de esperança. A armadilha era tão perfeita que beirava a crueldade. Teferi martelava que eu era “a sorte encarnada”, um alquimista capaz de transformar sua miséria em impérios. Eu observava, impassível, o momento em que presa e armadilha se tornariam uma só. Eles morderam. 200 mil dólares escorreram para minhas contas via criptomoeda — rastreabilidade reduzida a cinzas.

Por cinco anos, alimentei-os com fábulas: processos fantasmas, atrasos “inevitáveis”… Acreditaram em minhas lágrimas de crocodilo, até que Graziela, também abandonada por mim, lhes entregou minhas mensagens. Conversas em que eu me gabava de “ajudá-los”, de devolver seu dinheiro “pouco a pouco”. A realidade? 100 dólares. Uma esmola para abafar seus gritos, eles e seu filho de cinco anos, agora fantasmas nas vielas deste mundo. Desde então, silêncio total. Remorso? Luxo para os fracos.

Mas em certas noites, a Ásia pesa demais. Bangkok asfixia-se em mentiras, a Malásia cheira a fuga. Surpreendo-me sussurrando: “Que um anjo vingador os ajude… Que me cacem, que me arranquem o que roubei.” Mais uma ilusão? Talvez.

Se ousar mergulhar no abismo, contate spotinfoshop@gmail.com. Venderei minhas próprias traições — prints, gravações, até o suspiro de suas últimas ligações.

A moral? Um diamante puro demais para sobreviver àqueles que sabem esmagá-lo.